segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Despedida , coração apertado.

Começei a viajar para o exterior aos nove anos de idade. Acostumei desde muito cedo a me virar. Ao longo desses anos inúmeras viagens . Aprendi a ir atrás dos meus sonhos, dei muitas cabeçadas e acertei também. Hoje um dia muito especial, acabo de chegar em casa vindo do aeroporto de Guarulhos. Eu e Lu embarcamos nosso filho mais velho, destino EUA. Incrível como os sentimentos mudam. Um aperto tão grande no coração , no caminho um silêncio tão alto em minha cabeça que só foi quebrado na hora da despedida, nem eu nem Lu aguentamos , um choro de alegria por saber que ,vc filho,vai ser feliz. Um filme passava , lembranças de momentos duros que passamos. Lucas você está indo em busca de seu sonho, está começando a trilhar o seu caminho. Alguns não conseguiriam largar o conforto de casa , a comida da mãe, o afeto dos irmãos , brigas também rsrsrsrs. Surgiu uma oportunidade e você agarrou, mostrou estar decidido. Vai com tudo, não importa se for dois ,quatro seis meses ou então que não volte, nós sempre vamos estar juntos. Você tem brio, acredite em você , estou muito orgulhoso tenho certeza que vai dar tudo certo. Aproveito para agradecer algumas pessoas que foram importantes nessa sua caminhada. Seus tios Edu e Ale que o ajudaram quando foi preciso e não deixaram que desanimasse, seu Vô Caca que partiu cedo mas te acolheu como filho e tenho certeza de onde estiver vai estar torcendo por vc. E agora Rodrigao que está te recebendo de braços abertos nessa nova fase. Vai com tudo filho te amo muito. Beijao

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Temporada 2013

Depois de quase onze meses na estrada , chega o último torneio . Estou em Guayaquil. Com a derrota do Gastao ontem venho fazer um balanço da temporada 2013. Começamos mais uma vez o ano no torneio do Vila Lobos. A meta a ser atingida no primeiro semestre era de estar entre os cem primeiros do mundo. Depois de três anos de parceria onde no início Gastao estava perto do 800 do mundo. Estávamos no caminho certo. Depois de um bom início de ano, onde já tinha duas semis e um título de challenger, chegava a temporada europeia . Muito próximo de entrar entre os cem primeiros Gastao começava pelo principal torneio de seu país , o tradicional Estoril Open, que este ano mudou para Portugal Open. Chegava cheio de confiança , e não deu outra. Fez um bom torneio batendo dois jogadores que estavam entre os 50 primeiros do mundo e só parou nas quartas para o grande Wawrinka. Com esse resultado já estava à um pequeno passo de entrar nos 100 primeiros do mundo. A meta muito próxima de ser atingida. Figurava no 102 lugar da ATP , agora poucos pontos o separavam do objetivo posto no início do ano. Tinha mais uns oito torneios para jogar com zero pontos para defender. Tinha tudo para baixar ainda mais seu ranking. Jogava com uma confiança que dava gosto de ver. Fomos a bordeaux na França e depois teríamos o qualy de Roland Garros. Foi quando o pesadelo começou. Uma dor no cotovelo começou a incomodá-lo. Ficamos três dias sem jogar para ver se melhorava. Nada de passar a dor . Seguimos para Paris, ganhou o primeiro jogo e no segundo já sentindo bastante a dor não consegue jogar direito e perde. Tomamos a decisão de voltar a casa descansar uns dias e tentar jogar alguns challengers na Europa. Mas a dor não ia embora, Gastao não consegue treinar , tem que cancelar torneios, vai vendo a chance de se meter ficar cada vez mais distante. Nesse meio tempo vem a notícia de que havia entrado na chave de Wimblendon , tínhamos que tomar uma decisão.  Ficar de fora do seu primeiro Grand Slam por uma lesão era muito duro de engolir, então decidimos juntos ir mesmo não estando em condições. Jogou praticamente com o braço imobilizado, nesse momento já sabíamos o diagnóstico, uma inflamação no nervo. As notícias não eram animadoras. Alguns falavam em dois meses para voltar. A vontade de jogar era muita, tínhamos remado tanto tempo, começado do zero e estávamos tão próximos que não queríamos encarar o fato que era necessário parar. Tentou jogar mais um torneio na Alemanha mas já sem condições nenhuma. Veio a frustração e a decisão de parar para tratar.  Gastao ficou três meses sem jogar torneios , perdeu uma grande chance de entrar definitivamente entre os melhores. Voltou na gira sul-americana de torneios. Chegou muito diferente daquele Gastao do início do ano. Sem confiança , desanimado e cheio de dúvidas. Porque tinha acontecido aquilo, depois de tanto sacrifício merecia aquele obstáculo? Infelizmente a carreira de um tenista é assim, são colocados obstáculos em nossa frente, temos que ser grandes e enfrentá-los de frente. Acabou o ano saindo dos 150 melhores . Não tem problema, começaremos mais uma vez uma nova batalha. Tenho certeza que irá conseguir, acredito nesse garoto , apesar de ser teimoso algumas vezes tem um bom coração e merece estar entre os melhores. Da minha parte a mesma luta continua, a novidade foi a nova companhia do juvenil Leonardo Telles. Garoto que gosta de trabalhar e que se juntou a nós nessa caminhada. Eu sigo firme nessa vida maluca. Viajando quase sem parar sentindo uma falta enorme da família. É duro essa parte, amo o que faço me dedico de corpo e alma, mas está cada vez mais complicado ver os filhos crescerem de longe. É um preço alto de se pagar quando você tem um sonho como eu tenho. Luciana uma guerreira incrível que sempre está ao meu lado apoiando. Não poder estar perto dos filhos que eu amo tanto, dar carinho quando eles precisam e umas broncas quando merecerem  . Não é fácil viver em um país onde isso não é reconhecido. Mas isso é outro assunto. Quase ia me esquecendo , tem mais uma presença na nossa equipe, juntou-se nesses oito torneios mais um português ,Pedro Sousa mais um maluquinho, esse sim é um assunto pra depois....... Fez duas semis e amanhã jogará as quartas de final aqui. Hoje escrevi muito , desejo tudo de bom e que venha mais um ano de luta e sucesso.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Sol em Poa

Depois de quatro dias de chuva , o sol deu a cara em Porto Alegre. Chegamos sábado na cidade gaúcha , o frio era tão grande que quando abria a porta do quarto tinha que fechar rápido para o pinguim não escapar. O Gastao me apareceu com um cachecol que parecia o famoso estilista da novela TiTiTi. Quem lembra do Victor Valentim ? Eu era noveleiro nessa época , agora não mais rsrsrsrsrsr. O jogo não foi muito bom ontem. Perdeu para um italiano que veio do qualy, um jogador que alguns acreditam que tem potencial para daqui alguns anos estar bem. Uma coisa esse italiano tem , chora e reclama como um típico filho da Mama.  Nossa equipe está um pouco maior nessas semanas de torneios pelo Brasil. Juntou- se a mim, ao Gastao, e ao Leonardo Telles mais um Portuga,  Pedro Sousa. Ontem Pedro passou pela primeira rodada frente ao cabeça dois Kavcic , e hoje venceu o Dominicano Hernandez . Amanhã  enfrenta o italiano.  Hoje teremos um churrasco gostoso na casa de meu amigo Felipe Vieira, grande anfitrião que gentilmente nos convidou, mal sabe o que fez .

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Coragem

Quase um ano depois volto para escrever. Estava vendo meu ultimo post foi no dia 24 de outubro do ano passado. Não tenho certeza dos motivos que me fizeram parar de escrever. Talvez preguiça, cansaço, falta de inspiração , sei lá . O que importa no momento é o que me motivou a voltar a escrever. Uma amiga muito querida sempre que me encontrava me pedia para voltar a escrever, falava que gostava de ler meus posts. Talvez ela queria ser gentil , mas me fazia bem ouvir isso. Hoje essa mesma amiga está precisando de muita força para passar por um  pequeno obstáculo que foi colocado em sua vida. Algumas vezes não entendemos o porque. Eu tenho certeza que isso não vai ser nada , pois esse tipo de coisa não pertence a pessoas como você. A distância de São Paulo para Vinhedo não fez mudar o carinho que Luciana e eu sentimos por você. Conte sempre com a gente. Como falei pra você não sei rezar, mas estarei com o pensamento firme que vai dar tudo certo.
Bj grande

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Momentos inesqueciveis

Faz muito, mas muito tempo mesmo, que não escrevo. Não sei se foi por preguiça ou se falta de vontade. Hoje decidi escrever por uma única razão. Peço permissão para dedicar esse post a um momento de minha vida privada. Nunca fui de guardar datas , sou péssimo para isso. Aniversário ou outras datas como dia dos pais ou das mães. Sempre fui muito desligado e por algumas vezes levei bronca(com razão). Guardo muito mais os momentos marcantes que vivi. Hoje vou escrever sobre um deles. Nunca vou esquecer o dia em que fui apresentado a uma pessoa maravilhosa. Uma amiga minha queria me apresentar a essa menina e apenas esperava o momento certo para tal. Marcamos um dia para jantar e fui buscá-la em seu apartamento. Estava nervoso ,eu sempre fui tímido, e só a ideia de sair com alguém que nunca havia visto me deixava tenso. Íamos sair em uma turma. Liguei para minha amiga e avisei que já estava embaixo no prédio aguardando. Depois de poucos minutos as duas surgiram da garagem do prédio, lembro perfeitamente da primeira coisa que veio a minha cabeça. ¨-_ nossa é muita areia pro meu caminhão, que menina linda¨. Fomos eu e ela no meu carro, tínhamos marcado o encontro com o resto do pessoal em um restaurante mexicano. Impressionante como nos demos bem logo de cara. Conversamos o caminho todo como se já nos conhecêssemos a muito tempo. Daqui a um mês iremos completar dezesseis anos de casados. Nesses anos todos sempre foi a pessoa que mais me deu força em todas as decisões que tive que fazer, sempre ao meu lado , minha amiga e companheira. Fiz minhas burradas, e feias, passamos por dificuldades enfrentamos juntos tudo. Momentos felizes e tristes também. Temos três filhos maravilhosos, que nos enchem de alegria, não é fácil, mas cada vez mais fica a certeza que te amo mais do que qualquer coisa. Não conseguiria fazer tantas coisas se não tivesse o seu apoio.  Na semana passada no meu lado profissional tive uma semana importante com o primeiro título de challenger do Gastão. Faltou você ao meu lado para ser completo. Para mim você vai ser sempre aquela menina saindo da garagem do prédio da Karen. Continuo achando muita areia pro meu caminhão. Te amo.

domingo, 20 de maio de 2012

Voltando no Tempo

Estamos a dois dias de começar o qualy de Roland Garros. Quando estávamos vindo de Bordeaux para Paris, na estação de trem, esperando a nossa hora de embarcar, olhei para aquele monte de mala no chão, minha cabeça voltou no tempo. Lembrei de meu inicio de carreira quando vim para Europa a primeira vez tentar a sorte no circuito profissional. Era 1988 eu com 18 anos, vinha jogar uma sequência de torneios. Na época não existia Future( torneios menores para quem está em inicio de carreira), nós tínhamos que jogar o circuito satélite, eram quatro etapas e o masters. Se jogava um mês para fazer ponto. Lembro que meu primeiro satélite foi na Espanha, uma cidade em cada canto do país. Como estava em inicio de carreira, ou seja, dinheirinho contado, viajava de trem entre uma cidade e outra. Cada viagem de no minimo seis horas. Carregando as malas nas costas, muitas vezes em pé no trem. Dormia em pensões, muitas delas com banheiro no corredor. Olha, posso dizer que tenho muitas histórias para contar, mas vamos falar de Roland Garros. Vim disputar o qualy a primeira vez em 89 se não me engano. Lembro perfeitamente o nome do hotelzinho que fiquei, Exelmans. Passei hoje de metro pela estação com o mesmo nome, e não pude deixar de comentar com Gastão sobre isso. Eu ia andando até o clube onde era jogado o qualy, Jean Boin. Sim, o qualy na época não era jogado no complexo que existe hoje. Lembro que a sala de jogadores era um ginásio de esportes onde os jogadores ficavam sentados no chão mesmo. Só algumas quadras é que tinham cadeiras para assistir ao jogo. Nas outras, quem quisesse assistir, tinha que se virar do lado de fora. Lembro da maneira que a organização tratava quem era do qualy. A pergunta fatal quando você ia pedir alguma coisa era¨Jouer o Qualife¨ ( você é jogador ou qualifier). Quando respondia que era qualy, vinha aquela típica assopradinha de Frances. Quando Frances assopra antes de começar a falar, meu amigo você ta ferrado. Não tinha carro pra te levar, quadra pra treinar então nem pensar.Você se sentia um lixo, não via a hora de melhorar para poder entrar direto na chave principal e ser tratado melhor. De uma certa maneira me motivou a querer mais, lutar mais pelo meu espaço. Não aceitava aquela diferença gritante de tratamento. Afinal todos eramos jogadores. Hoje em dia, as coisas mudaram em relação as instalações. o qualy é jogado no mesmo lugar da chave principal, jogadores são tratados como jogadores, pelo menos enquanto estiverem jogando. Depois que perdem aquela assopradinha dos franceses, pode voltar. 

terça-feira, 15 de maio de 2012

Dia duro

Uma das tarefas mais árduas de um treinador é saber separar a emoção da razão. Após um jogo desse tem que ser frio e analisar o que aconteceu. O que fez de bom levamos para o próximo jogo, o que faltou fazer, entender e levar para uma próxima vez. O que fez de errado mandar para um lugar bem longe. Da para imaginar para onde gostaria de mandar? Calma, apenas bem longe. Hoje foi um jogo daqueles duros de digerir. Um dia duro de se jogar, vento muito forte, que fique bem claro que esse vento estava para os dois jogadores. No primeiro set Gastão entrou respeitando mais do que deveria o adversário, Steve Darcis, Belga numero 62 do ranking da ATP. O jogador melhor ranqueado que enfrentou até hoje. Situação até normal de entender. Tinha dificuldade em se adaptar ao vento e reclamando um pouco a mais do que deveria. Quando parou de reclamar, se encontrou e virou totalmente a partida. Foi a vez do tenista Belga ficar louco com o vento, Gastão começou a ditar o ritmo do jogo e com muita autoridade fechou em 6/1 o segundo set. No terceiro, e melhor set da partida, muitas emoções, Gastão começou muito bem, quebra o serviço logo no segundo game e faz 2/1. A situação do jogo estava da seguinte maneira. De um lado da quadra vento a favor, facilitando o ataque, do outro lado onde o vento era contra, os dois jogadores encontravam muita dificuldade em atacar. Nas duas vezes em que gastão esteve na frente, as duas eram contra o vento. Nessa hora em que o jogador tem que ser agressivo e tomar conta do jogo,  Gastão estava do lado que era duro de atacar. Resultado perdeu o saque as duas vezes. Acredito que faltou um pouco de experiência de saber usar melhor o seu arsenal para conseguir superar essa dificuldade. Como dizem nas derrotas aprendemos mais, pois as vezes na vitória esquecemos os erros que cometemos. E ssa doeu 7/6 no terceiro. Espero que Gastão entenda o que aconteceu hoje e leve para as próximas partidas essa lição. Perder é muito duro, Gastão tem que ver que jogou muito bem ,e que aprenda mais um pouco com o que aconteceu hoje. Agora vamos começar a preparação para o qualy de Roland Garros, outro desafio bem complicado, mas ainda temos tempo para começar a pensar sobre isso.